De acordo com membros da equipe técnica que trabalha na minuta do edital de licitação do metrô, a intenção é que a ciclovia tenha os mesmos 22 quilômetros previstos para as duas fases da linha 1 azul – ligando a CIC Sul ao Santa Cândida. Como os trilhos serão subterrâneos, as canaletas e ruas ganharão, além da ciclovia, obras de paisagismo.
O projeto do Consórcio Triunfo Participações e Investimentos, vencedor da fase anterior à licitação conhecida como Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), prevê a instalação de bicicletários com 50 vagas cada nas estações Terminal Pinheirinho, Hospital do Trabalhador, Morretes, Água Verde, Bento Viana, Oswaldo Cruz, Eufrásio Correia, Juvevê, Terminal Cabral, Terminal Boa Vista e Terminal Santa Cândida. A quantidade e a relação de estações, porém, ainda podem mudar.
Além da conexão externa, o projeto ainda trata da possibilidade do ciclista embarcar com a bike nos trens. No item referente às condições de conforto e comodidade para o usuário, há menção de que isso ocorrerá em dias e horários específicos – a exemplo do que ocorre em São Paulo e no Recife. Segundo a equipe técnica da prefeitura, essa definição deverá ocorrer apenas em 2018, quando o metrô estará em operação e os horários e dias de maior fluxo de passageiro ficarão mais claros.
Exemplos
No metrô paulistano, o embarque de bicicletas é permitido durante a semana após as 20h30 – horário de menor fluxo de passageiros. De acordo com a empresa, em média, 30 ciclistas utilizam o serviço diariamente. Já aos fins de semana, quando o embarque é permitido a partir das 14 horas de sábado e o dia inteiro no domingo, essa média sobe para 426 e 1.234 usuários, respectivamente. A regra por lá é que cada trem transporte, no máximo, até quatro bicicletas no último vagão.
Já em Brasília, desde fevereiro de 2012, é permitido levar bicicletas no metrô em qualquer dia ou horário, desde que limitado a cinco bicicletas por viagem e aos últimos vagões das composições. Questionada pela reportagem sobre como os embarques são administrados nos horários de pico, a companhia que administra o transporte brasiliense se limitou a informar que o ciclista é obrigado a dar a preferência de embarque para os demais passageiros.
Florianópolis testa bicicleta dentro de ônibus
Mesmo sem biarticulados como o Ligeirão de Curitiba, Florianópolis está testando a permissão para transportar bicicletas dentro dos ônibus. O período de testes deve ir até o final deste mês. As “magrelas” ficam no fundo do veículo, posicionadas na vertical, e ocupam o lugar de bancos retráteis que servem aos passageiros na ausência de ciclistas.
De acordo com a empresa Canasvieiras, o projeto está sendo bem avaliado e o veículo adaptado tem circulado em diferentes linhas para ver onde melhor se adapta. Segundo Jucélio Santana, gerente de operações de tráfego da empresa, em um primeiro momento apenas a presença dos bancos retráteis levanta dúvida. “Talvez fosse melhor sem os bancos, para que o ciclista não precisasse tirar um passageiro quando chegasse ao ônibus”, avaliou. Apesar da aprovação inicial, ainda não há uma definição sobre a ampliação da ideia.